“Honra o teu pai e a tua mãe!”

No segundo domingo de agosto – tradicionalmente no Brasil – celebra-se o Dia dos Pais. Este dia é o dia de louvar e agradecer a Deus pela vida da pessoa mais importante da vida de qualquer ser humano: o seu papai. O papai junto com a mamãe é o amor mais profundo e intenso que um filho deve nutrir. Aliás o mandamento bíblico, no meu ver, mais precioso é este: “Honra o teu pai e a tua mãe!”.

Em tempos de sociedade líquida me causa pena ver muitos filhos internarem seus pais e avós em clínicas de repouso. Jamais passaria pela minha cabeça não cuidar – com honras e louvores – de meus pais na melhor idade de suas vidas. Privar-se da convivência e da sabedoria dos pais é um tesouro que não tem preço e não se vende!

São João Paulo II na Carta as Famílias ensinou: “Honra o teu pai e a tua mãe, porque eles são para ti, em determinado sentido, os representantes do Senhor, aqueles que te deram a vida, que te introduziram na existência: numa estirpe, numa nação, numa cultura. Depois de Deus são eles os teus primeiros benfeitores. Se Deus só é bom, antes, é o próprio Bem, os pais participam de modo singular desta bondade suprema. E por isso: honra os teus pais! Há aqui uma certa analogia com o culto devido a Deus” (CF, 15).

Honrar quer dizer reconhecer a dignidade do pai e da mãe, e desinteressadamente amá-los. É tão grande a importância do quarto mandamento que o Papa chega a afirmar: “Assim, não é exagerado insistir que a vida das nações, dos estados, das organizações internacionais “passa” através da família e “fundamenta-se” sobre o quarto mandamento do Decálogo… Na verdade, a afirmação da pessoa está em grande medida relacionada com a família e, por conseguinte, com o quarto mandamento” (idem).

São Paulo ensina que: “Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor: porque isto é justo” (Ef 6,1).

Todo o capítulo 3 do Livro do Eclesiástico mostra a importância dos pais na vida dos filhos, a importância da autoridade que Deus lhes confiou e a necessidade dos filhos lhes obedecerem.

“Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui-os de tal modo que sejais salvos” (Eclo 3,2). Aqui fica claro que os pais são colocados na vida dos filhos para conduzi-los à salvação mediante os conselhos, isto é, a orientação para a vida. O filho que desprezar esses conselhos corre o risco de se perder nos caminhos perigosos da vida. Muitos jovens se tornaram escravos dos vícios, da droga, do crime, da prostituição, e de tantos outros males, porque não ouviram os conselhos dos seus pais. Outros se perderam porque os seus pais não lhes deram esses conselhos, o que é mais grave; e outros se perderam porque não tiveram pais para aconselhá-los.

“Pois Deus quis honrar os pais pelos filhos, e cuidadosamente fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles” (v.3). Essas palavras mostram que os filhos bem-educados são a honra e a alegria dos pais e, por outro lado, Deus cuidadosamente fortaleceu a autoridade deles sobre os filhos. Portanto, essa autoridade não é usurpada, nem falsa, é autêntica, vem de Deus. Jesus disse a Pilatos que “toda autoridade vem de Deus” (Jo 19,11).

O Papa Francisco disse com propriedade que: “A palavra ‘felicidade’, no Decálogo, aparece somente ligada à relação com os pais”. Trata-se de uma sabedoria milenar das Sagradas Escrituras que só agora as ciências humanas conseguiram explicitar, ou seja, que as marcas da infância marcam toda a vida: “Muitas vezes pode ser fácil entender se alguém cresceu em um ambiente saudável e equilibrado. Mas da mesma forma perceber se uma pessoa vem de experiências de abandono ou de violência. A nossa infância é um pouco como uma tinta indelével, se expressa nos gostos, nos modos de ser, mesmo que alguns tentem esconder as feridas das próprias origens”, destacou o Papa. O quarto mandamento não fala da bondade dos pais, nem pede a eles que sejam perfeitos, mas, “fala de um ato dos filhos, independente dos méritos dos genitores, e diz uma coisa extraordinária e libertadora”, afirmou Francisco: “Mesmo que nem todos os pais sejam bons e nem todas as infâncias sejam serenas, todos os filhos podem ser felizes, porque a realização de uma vida plena e feliz depende do justo reconhecimento para com aqueles que nos colocaram no mundo”. “Honrar os pais que nos deram a vida”.
“Se você se afastou dos seus pais, faça um esforço e volte, volte para eles. Talvez sejam idosos. Deram a vida a você.  E depois, entre nós existe este costume de dizer coisas feias, mesmo palavrões! Por favor: Nunca, nunca, nunca insultar os outros, os pais dos outros. Nunca!  Nunca se insulta a mãe, nunca insultar o pai. Nunca! Nunca! Tomem esta decisão interior: A partir de hoje nunca insultarei a mãe ou o pai de quem quer que seja. Nos deram a vida. Nunca devem ser insultados”.

Por isso, neste Dia dos Pais, estando os seus pais vivos que seja um momento de congratulação e de ação de graças. Para os pais e avós falecidos momento de “memento Dei” e de missa em sufrágio de suas almas!

Deus abençoe todos os pais generosamente, com saúde e cuidados especiais!

 

Padre Wagner Augusto Portugal.

Você também pode gostar