Deus vem para alegria dos pobres

A primeira leitura do terceiro domingo da Quaresma relata o início da libertação do Egito. O povo hebreu vivia maltratado, perseguido, escravo, no Egito, trabalhando na construção civil e na lavoura para enriquecer o país.

Enquanto tomava conta do rebanho do sogro, Moisés ouviu, de dentro de uma sarça ardente, o chamado de Deus para libertar seu povo da escravidão do Egito.

O fogo é uma teofania, que traduz a experiência da presença de Deus. Para as tribos nômades, o lugar de culto era sagrado e não podia ser tocado com “pés calçados”, conforme costumes trazidos do Egito. O local em que estava à sarça ardente deveria ser sagrado. Moisés, portanto, não podia se aproximar muito. É Deus quem se aproxima de seus escolhidos. Identifica-se com o Deus dos patriarcas, Deus que “vê, ouve, conhece” a situação sofrida de seu povo no Egito.

O clamor humano é a tomada de consciência da situação opressora. Expressa desejo, fé e esperança de libertação. Esse clamor liga-se à iniciativa de Deus de salvar seu povo em dois tempos: primeiro, libertar da escravidão e depois, tirar da terra opressora e levar para uma terra fértil “onde corre leite e mel”.

Deus é profundamente sensível aos sofrimentos do povo e toma a iniciativa de agir para libertá-lo. Deus atua por meio de Moisés, que deixa de ser pastor de ovelhas e passa a conduzir o povo através do deserto, à liberdade da terra prometida para se constituir como povo fiel ao Senhor,

O ser de Deus, portanto, é ser plenamente solidário com o povo oprimido. Para ser efetiva, essa solidariedade pressupõe outra: a das pessoas entre si. A identidade de Deus é ser solidário com as pessoas que estão à margem. Ele que a vida, não a morte. Assim, a comunidade é verdadeiramente cristã quando se solidariza com o projeto de Deus, assumindo a causa dos pobres e oprimidos. Deus quer responder ao clamor do povo mediante nosso compromisso.

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